Enchente de 1983
Em 1983, ocorreu um dos maiores desastres climáticos da cidade de Canoinhas. Ele me foi narrado por uma simpática senhora.
“Em 83, houve uma enchente enorme, eram muitas pessoas desabrigadas. Estabelecimentos, como escolas, cederam espaço para as pessoas se abrigarem. Nestes locais, voluntários se uniam para ajudar a cozinhar. No pavilhão da igreja, estavam roupas e cobertores, os quais eu ajudei a separar em “sacolões” para doar às pessoas carentes que perderam tudo neste desastre.
Nossa casa não foi atingida por ficar no alto, mas como, na época, meu marido trabalhava como fiscal de obras, ele também ajudou as pessoas.
Para ajudar pessoas, nós íamos ao supermercado e comprávamos latas de leite em pó, que não estraga tão fácil. Também oferecemos espaço em nossa casa para as famílias se abrigarem, mas não precisou ninguém se abrigar aqui.
A enchente formou várias áreas de isolamento, por esse motivo a locomoção era só aérea, com aviões e helicópteros. Assim, o movimento de aeronaves era intenso. As chuvas duraram o período aproximado de um mês, começando dia 3 de Junho. Quando a chuva parou, ainda demorou cerca de três meses para as águas baixarem.”
Resumindo, 83 foi um desastre, desabrigando cerca de 500 pessoas, mas uma comunidade se uniu para ajudar pessoas desabrigadas. No final, Canoinhas deu a volta por cima.
Nome: Dauria Ferreira Lessack
Local de nascimento: Canoinhas
Profissão: Dona de casa
Idade: 82 anos
Alunos: Igor Leonardo L. de Paula e Silva e Gabriel Hack de Souza
A Febre Espanhola
Nasci e cresci em Canoinhas, tenho 65 anos.
O acontecimento que marcou muito minha vida ocorreu na minha cidade natal. A febre espanhola apavorava toda cidade. Sobraram poucas pessoas. Essa febre era tão grave que morriam famílias inteiras, havia muitos mortos e, para fazer o sepultamento, passava um carretão, puxado por seis ou oito cavalos. O carretão era do Sr. Frits Kohler. Os mortos eram colocados dentro da carroça e levados ao cemitério, na Colina Santa Cruz, onde hoje fica o colégio Cesc. Eram jogados em valas muito grandes.
A febre era igual uma gripe, mas quando as pessoas deitavam para dormir, pensando em sonhar com coisas boas, amanheciam mortas.
Entrevistada; Joanita Gevieski Perciak
Idade; 65
Aluno: Wagner Nataniel Safanelli
Canoinhas, uma cidade ideal
Meu nome é Terezinha Woitechen, tenho 52 anos de idade. Quando eu vim morar pra Canoinhas, na rua Coronel Albuquerque havia as casas Pernambucanas.
As duas ruas asfaltadas eram a Getúlio Vargas e a Paula Pereira, e as que foram as faltadas depois eram a Barão do Rio Branco, Caetano Costa, Frei Menandro Kamps, Felipe Shmidt e Vidal Ramos.
Mudanças ocorreram muitas, por exemplo: as lojas Trevisane mudaram quatro vezes, as lojas Mayer vendiam só roupas, agora vendem materiais de construção.
Novo mundo e a Casa da Carne foram os primeiros mercados em Canoinhas.
Havia um cinema do lado da Igreja Matriz Cristo Rei, saímos da missa as 19horas, e íamos para o cinema. Ah, tudo eram tão bom!
Profissão :Professora
Entrevistadora:Grasielle Martins
Serie:6º1
MEMÓRIAS DE DONA MARIA
Meu nome é Maria dos Santos, tenho 74 anos. Não trabalho fora, sou aposentada, só ajudo minha filha nos serviços de casa. Agora vou contar histórias da minha época:
Quando eu era criança, na cidade de Canoinhas quase não havia mercados e nem bancos, mas agora tudo mudou.
Quando eu tinha 15 anos, eu só chegava da roça e ia preparar a janta pra mim e meu marido.
Agora tudo está diferente. Quando minhas filhas moravam comigo, eu tinha que deixá-las em casa ou às vezes até tinha que levá-las pra roça comigo.
Quando eu e minhas filhas queríamos vir para Canoinhas, nós tínhamos que vir de carroça porque naquele tempo nós não tínhamos condições de comprar um carro ou uma charrete, ou às vezes vínhamos até a pé.Eu tinha que comprar tecidos para fazer roupas para meus filhos e filhas.
Aluno: Diogo G. Bauer
Bons Tempos de Canoinhas
Eu sou uma senhora que vivo em Canoinhas com meu marido, tenho 63 anos e cinco filhas.
Quando eu era criança, ia com meus pais e meus irmãos de carroça para a cidade fazer compras para a semana inteira, no armazém dos Judeus.
No de 1950, o prefeito de Canoinhas era Benedito Teresio de Carvalho. Nas ruas, o movimento era pequeno, quase não se viam carros, somente alguns caminhões. Como só os ricos podiam ter um carro, o que se via nas ruas pacatas e pequenas da cidade eram charretes, carroças e até algumas carruagens, pessoas a cavalo e também a pé.
A dificuldade de locomoção das pessoas era grande, mas já existia o trem.
Toda a erva-mate da região era vendida nós armazéns de Abrão Seleme, Ademir Pereira e Zugmam.
Em frente à igreja matriz Cristo Rei, havia um grande e sofisticado restaurante chamado Guarani, seus proprietários eram alemães.
Onde hoje é a Prefeitura Municipal de Canoinhas, passava a linha férrea que transportava pessoas, erva-mate e madeira para lugares mais distantes, isso por volta de 1960.
A maioria das compras eram feitas a base de troca. Meus pais levavam, de carroça, feijão, arroz, cebola, verduras, alhos, enfim, tudo que produziam na lavoura, para trocar por outras mercadorias.
Aluno; Matheus José Machado
Ruprechet Loeffler
Alemão de nascimento, Ruprechet Loeffer chegou em Canoinhas em 1924, quanto tinha sete anos.
Aos 90 anos, trabalha diariamente, sem ligar para os problemas, bebendo dois litros de cerveja por dia. Para ele, este é o segredo de sua saúde. Ah, sem esquecer que dormir antes da meia-noite e acordar às 6 horas faz muito bem, além de comer cebola e alho todo dia, o que também é ótimo. “Apenas minha coluna que não ajuda, mas no mais estou bem”, conta Loeffler, em risos.
Otto, pai de Loeffler, vendeu uma cervejaria que tinha na terra da banana, para comprar outra em Canoinhas. A cervejaria que vocês estão acostumados a ver na rua 3 de maio, está lá há 101 anos.
Loeffler lembra que Canoinhas, em 1924, estava cheia de imigrantes, que vinham de diversos cantos do mundo. Foram eles os responsáveis pelo surgimento da indústria canoinhense, com destaque incomparável para a indústria do mate e da madeira.
Loeffler recorda o grande colonizador do distrito de Marcilio Dias, Bernardo Olsen “amigo do meu pai, um homem muito inteligente e trabalhador”
A famosa cerveja “Nó de Pinho”, fabricada desde 1930, sustentou o sucesso da Cervejaria Loeffler, além, é claro, do famoso chope. Em seis semanas, de forma absolutamente artesanal, Loeffler junta 200 quilos de cevada, quatro quilo de lúpulo, álcool e outros ingredientes, menos conservantes, para produzir 1,5 mil garrafas de cerveja por mês.
Tanto esforço não compensa financeiramente, mas ajuda a manter uma das poucas tradições germânicas em Canoinhas - tomar cerveja numa cervejaria tipicamente alemã
Entrevistado: Ruprechet Loeffler
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