Este é o blog dos alunos da professora Doris, de Língua Portuguesa,do Colégio Cabral, em Canoinhas, SC. Aqui você pode conhecer nossos trabalhos de produção textual e viajar com as nossas histórias. NOVIDADE! O blog Contando Causos passará a ser usado como um espaço para compartilharmos nossas leituras. Na postagem de cada obra, você poderá comentar, sugerir, compartilhar suas impressões,enfim, soltar o verbo!
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Canoinhas... 99 anos! (novos causos)
Sou José Damasio Filho, nascido em Marcílio Dias, em 30 de abril de 1949.
Na década de 50, quando eu tinha 6 anos, me lembro que os índios caminhavam á noite, em grupos. Nunca soube para onde eles iam, pois só conseguia escutar seus passos.
Onde hoje é a prefeitura, existia uma estação ferroviária, com aquele cheiro insuportável de fumaça, vindo dos trens movidos a vapor, que levavam vários tipos de produtos comercializáveis para outras regiões de Santa Catarina. Em 1954, um avião caiu na estação ferroviária. Só havia o piloto no avião, ele se feriu gravemente, mas não morreu.
Tenho saudades dos velhos tempos, quando as casas eram mais simples, quando a luz era de lamparina, e as famílias eram unidas. Quando estava muito frio, toda a família se reunia em volta da fogueira para contar histórias, era muito bom, mas hoje a garotada nem quer saber das nossas histórias, essa geração foi comprada pela tecnologia, não sai da frente do computador nem para tomar um café à mesa, com a família.
Dona Rosa
Logo que cheguei, dona Rosa já abriu um simpático sorriso. Recebeu-me com uma breve pergunta:
- O que você quer?
Falei que eu estudava no Cabral e precisava fazer uma entrevista com pessoas idosas, para um trabalho na escola. Então ela começou, espontaneamente, a me contar sua história:
“Ah, eu moro aqui faz uns 22 anos, se não for mais, menos não vai ser.
Como antigamente não era obrigatório estudar, eu estudei apenas até a primeira série. No meu tempo, tudo era mais difícil, principalmente o transporte. O padre tinha que rezar a missa só cada três ou cinco anos no lugarejo onde eu morava, pois a estrada dificultava o caminho. Às vezes, iam buscá-lo de carroça.
Mas Canoinhas melhorou e cresceu bastante. Bem antes, o centro da cidade começava lá no Rio canoinhas e ia até onde começava o mercado Novo Mundo. A diversão dos jovens era ir aos domingos no cinema, que se localizava onde agora é o Cine (uma danceteria onde os jovens de hoje vão para se divertir)
Os casamentos eram lindos e especiais para toda a família, a festa durava de dois três dias, só de diversão e sem nenhuma briga. Não eram iguais aos de hoje, quando as pessoas casam e logo separam, eram para o resto da vida. Só não estou com o meu marido ainda porque ele faleceu, se não, íamos estar aqui firmes e fortes”.
Quando cheguei para falar com seu Nivaldo Soares Moreira, achei muito engraçado o jeito dele, ele tem muito orgulho do seu nome e fez questão de que eu escrevesse o seu nome completo.
" Eu vou contar da enchente de 1983, tá bom? - Disse ele, animado. Então narrou-me o seguinte:
As ruas alagaram, tínhamos que passar por elas de barco. Alagou desde a estação até a caixa d' água, mais de 500 famílias ficaram desabrigadas.
Nos dias 29 e 30 de outubro de 1988, quando o prefeito era seu José João Klempous, houve uma grande festa, e Canoinhas ficou conhecida como a capital mundial da Erva-Mate”
Entrevistadora: Francis Isabela de Souza
Serie: 6º1
Leite quente pra dormir
Dona Emilia, minha avó, é uma pessoa guerreira. É uma pessoa totalmente extrovertida. Quando a entrevistei, ela começou falando tudo sobre sua infância, depois me contou muito mais:
’’Minha infância foi a parte mais legal da minha vida e foi marcada por uma coisa: quando eu era pequena, não ia à escola. Me arrependo tanto! Não sei ler nem escrever, ficava brincando de bola e boneca. Minha mãe me dava leite quente tirado da vaca, leite bem quentinho pra poder dormir. Se não tomasse leite quente, não conseguia dormir. Eu trabalhei desde o começo da minha infância. Por não saber ler e nem escrever, eu vendia tapete e fronha de travesseiro, andava de casa em casa, voltava para casa com todas as mercadorias, pois as pessoas não compravam. Nos dias em que eu não conseguia dormir, além do leite quente, mamãe ainda contava uma linda história, então eu dormia feito um anjo. Depois de muitas horas de serviço, chegava em casa correndo para escutar minha novela no rádio.
Hoje a modernidade tomou conta de tudo, já existem TV em cores, computadores, asfalto em praticamente todos os lugares. Ao cinema, fui uma vez, confesso até que fiquei com medo, ficou tudo escuro, o volume era alto, uma tela gigante, parecia que aqueles bichinhos iam me comer, de tão grandes. E, ainda por cima, minha filha me levou para ver um filme legendado, aí ficou difícil.
Quase não existiam lojas, nas poucas que existiam, os preços eram muito altos. Quando os carros passavam lá por casa, eu e os meus irmãos saíamos correndo atrás. As casas eram pequenas e não mansões como são hoje, eram pequenas casinhas de madeira.
Eu me casei cedo e dependia do meu marido. Passei minha vida casada com ele, depois me separei. Ele já é falecido, não fiquei triste, segui minha vida normal, não me arrependo. Hoje tenho 91 anos, sou feliz e alegre, me acostumei com a modernidade.”
Nicole Dranka da Maia e Ketlin Iarrocheski Deniz Rosa
Tempo de menino
No tempo em que eu era um moleque travesso, aprontava muito, adorava jogar futebol no campinho, perto de casa.
Corríamos de nossos pais, eu e meus amigos, para nadar no Rio Canoinhas.
A minha casa era simples, feita de madeira, mas com bastante espaço.
Brincávamos de bets e de carrinho de rolimã, sem nos preocupar com os carros.
Estudei no Cabral vários anos, as carteiras onde estudávamos eram duplas, um ajudava o outro, mas na hora da prova cada um tinha que virar para um lado e se virasse para ver a prova do outro, levava um zero.
Com os meus 13 anos, arrumei meu primeiro emprego, varrer o chão de uma oficina. Ganhava pouco, mas deu para comprar uma bicicleta.
O meu casamento foi muito importante, pois construí uma família.
Até hoje, nunca me esqueço do meu tempo de menino
Aluno: Bruno Reese
Informante: Rubens Veiga Reese
A enchente
Canoinhas nunca havia sido descrita com tanta simplicidade e carinho, como foi por Dona Eugênia Gonchorek de Castro, aos seus 81 anos, 36 desses vividos nessa cidade.
Com sua voz cansada, ela narrou sua história:
“Eu vim morar em Canoinhas em 1974, logo após meu casamento. O fato que mais me marcou foi a enchente de 1983, algo que, quando relembro, me emociono. Esta enchente destruiu muitas casas.
A casa que meu marido e eu compramos não foi atingida. Quando estava em meu quarto, podia ouvir as estava em meu quarto, podia ouvir as charretes passando na estreita rua de terra.Outra lembrança de minha casa era meu quintal, o cheiro dos temperos eram tão intensos que até hoje estão em minha memória.
Eu plantava alfaces e batatas em um outro terreno, ainda lembro da sensação da terra molhada em minhas mãos.
Naquele tempo, não havia consultórios médicos, faculdades e creches”.
Hoje, Eugênia ainda vive na mesma casa com alguns de seus filhos e netos.
História de seu Joaquim
Meu nome é Joaquim Pereira tenho sessenta e quatro anos. Trabalho na agricultura com máquinas agrícolas. Vou contar meu difícil passado:
Quando eu era criança, eu me divertia com meus amigos nas valetas e lagos, nadava até cansar.
Quando chegava a casa, a janta estava pronta, assim que eram seis horas, eu e minha mãe íamos dormir, porque naquela época não havia luz.
Minha mãe dizia:
‘’ Aproveite ,meu filho porque o tempo passa. Quando completar dez anos, vai me ajudar no trabalho. ‘’
Eu, que tinha oito anos, não dava muita atenção para o que minha mãe falava e ia brincar com meus amigos.
O tempo passou voando, quando completei dez anos, fui ajudar minha mãe, e vi como era difícil o trabalho.
Quando completei doze anos, minha mãe faleceu de câncer, e fui morar com minha tia, que cuidou muito bem de mim. Eu trabalhava todo dia e nunca fui à escola. Essa é uma história verdadeira.
Eu sou um senhor aposentado, com sessenta e quatro anos, e hoje faço de tudo um pouco...
Zenilda e sua vida
Nasci e cresci aqui em Canoinhas.
Educada na Igreja Católica, ia todos os domingos à missa.
Quando tinha 9 anos, ia todos os sábados na catequese. No dia da minha comunhão, estava com o braço quebrado.
Naquele tempo, a escoa era difícil, eu estudava na escola Imã Maria Felicitas, mas não terminei o primeiro grau. Os professores davam com uma palmatória em nossas mãos, mas é claro que faziam isso só se nós fizéssemos alguma coisa errada.
Casei- me em 1993, tive minha filha em 1998.
Cinco meses depois que tive minha filha, me mudei para o bairro Cristo Rei, onde moro até hoje.
O ano de 2005 foi muito triste: meu pai, já com 98 anos, faleceu.
Hoje vivo com meu marido, minha filha e minha mãe. Sou muito feliz.
Entrevistada: Zenilda Trindade P.
Nome : Luana zeni
As Historias da vida de Nestor
Eu sou Nestor Correia, nasci em 1928 e estou com 84 anos, cresci em Palmital, município de Canoinhas, onde estudei.
Na época, todas as crianças humildes usavam roupas feitas em casa por suas mães e avós. Todos trabalhavam: as meninas mais velhas iam a roça e ajudavam em casa, os meninos ajudavam alimentar os animais e iam a roça,todos iam a escola no período da manhã e ajudavam seus pais a tarde.
Na escola, os alunos eram castigados: ajoelhados sobre o milho, levavam palmatórias, e não podiam contar para os pais porque os pais iriam ver o que havia acontecido e as crianças apanhavam em casa, então a sala era quieta, só quem falava era o professor.
Na hora do recreio eram meninas para um lado e meninas para o outro, não podia correr, e tinha que levar o lanche de casa.
As crianças andavam descalço, só colocam calçado quando iriam passear ou ir a missa. Eles só andavam de cavalo, e charrete, carroça só para transportar algo.
As ruas eram de pedras ou de terras e nós achávamos divertido sair de carroça para Canoinhas.
Agora o que resta são só lembranças, e conto esses historias aos meus netos.
Nome: Nestor Corrêa
Aluno: João Gabriel
Série: 6ª 2
História de Alfredo
Já era tarde quando cheguei à humilde casa de Seu Alfredo, que é um Senhor de 71 anos de idade. Ele estava na cozinha, sentado em uma cadeira. Lentamente, começou a lembrar da cidade do passado...
“Anos atrás, Canoinhas ficou movimentada com o início da agricultura variada e da venda de produtos rurais.
Gostava muito dessa época. Um dos meios de transporte de cargas de madeira era a estrada de ferro, com trens, que também podiam transportar pessoas e produtos.
Nesta época, alguns dos principais meios de transportes, além do trem, eram as bicicletas, as carroças e os cavalos. Mais tarde começou a utilização de caminhões.
No interior e nas cidades não havia energia elétrica, a iluminação dependia da utilização de lampiões de querosene, de velas e lanternas.
Lá também, onde eu morava, a água era puxada de poços ou rios, e na cidade também não havia água encanada ou esgoto, como hoje. Banheiros eram chamados de “patentes” e ficavam do lado de fora das casas.
O comércio da época não era tão grande como o de hoje, não havia as lojas e mercados.
Hoje em dia, tudo mudou: estradas asfaltadas, métodos de transporte variados, entre eles, os carros, motos, aviões e navios.
Não havia hospitais e o médico atendia em casa, não era fácil até para comprar remédios para quem morava no interior, às vezes, demoravam-se horas para chegar à cidade e ao destino que se queria.
João Zimmermann é aposentado e ex -ferroviário, nasceu em Canoinhas no dia 25 do mês de março no ano de 1917, atualmente ele tem 93 anos.
Sua infância foi difícil, pois era de família humilde, para ajudar seus pais ele era coroinha e viajava com os padres pelo interior, a cavalo.
Ele não tem saudade desse tempo, porque praticamente não teve infância, tinha que trabalhar desde pequeno. Brincava de nadar no rio e andar de carrinho de rolimã.
Aconteceram muitas mudanças com nossa cidade desde essa época. A região era bem pouco povoada, existiam poucas casas.
A escola aonde ele estudou chamava-se Cristo Rei. Antigamente, os professores eram brabos, castigavam os alunos batendo em suas mãos quando não faziam os temas.
Antigamente, não havia muita violência e sim respeito com as pessoas.
Aluno: André
Informante: João Zimmermann
O SEXTO MORADOR
Eu, Emilio Scholz, imigrei da Alemanha aos meus 14 anos, juntamente com meus pais. Ao fixar moradia em Mafra, achei que não iria me acostumar. Morei em Mafra por três anos, até meu espírito desbravador falar mais alto.
Sai de Mafra e, por ironia do destino, fixei moradia num lugarejo. Seis anos depois, esse lugarejo foi elevado a categoria de município, recebeu o nome de Colônia Ouro Verde, depois Santa Cruz e finalmente Canoinhas. Eu ergui a sexta casa aqui.
Naquele tempo, não era preciso comprar ou herdar terrenos, era só chegar e falar:
- Esse é meu!
Por isso, adquiri vários terrenos, mas como a variedade de sementes era pouca, não valia a pena ter muitos terrenos.
Da escola, não tenho nem um pouco de saudades, lembrar dos castigos como palmatórias, ou se ajoelhar no milho, ou mesmo os dois juntos, não é nada bom!
Nome do autor: João Vitor Zattar.
Informante: Emilio Scholz.
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Mais causos de assombração - 5.ªs séries
Em um certo dia, nasceu um gato. Depois de dois meses, seus donos o colocaram para ser doado.
Ninguém queria o gato, pois o felino arranhava a si mesmo de tão raivoso.
Um dia, quando passou um padre, os dois se olharam, o padre não resistiu e adotou o gato.
Depois disso, o padre e o gato não se separam.
O padre levava o animal para todos os lugares, festas, casamentos...
Um dia, houve um casamento e o bichano não poderia ir, porque o noivo era alérgico.
O gato, então, ficou em casa. Quando o padre chegou, jogou um pedaço de carne ao animal e foi dormir.
Mas, à noite, o gato atacou e arranhou o padre, que acabou morrendo.
No dia seguinte, iriam enterrar o corpo, mas o gato não queria deixar. Por isso, as pessoas tiraram à força o gato da frente, e enterraram o corpo.
E até hoje se ouve um gato miando em cima do túmulo onde o padre foi enterrado.
O MENINO TRAVESSO
Certo tempo atrás existia um menino que gostava de fazer travessuras com as pessoas, ele morava na floresta.
Um dia, ele fez uma travessura com a própria mãe. Como tinha um tanque atrás de casa, ele fingiu que estava se afogando e chamou sua mãe, que foi desesperada ver o que estava acontecendo.
Quando chegou, seu filho caiu na gargalhada. A mãe então notou que não passava de uma brincadeira e voltou muito irritada com o menino.
Passados alguns meses, numa certa manhã, o menino estava andando no canto do tanque. Como havia chovido de noite, ele acabou resvalando e caiu dentro do tanque. Não conseguiu sair, e chamou sua mãe. Ela ouviu, mas não deu bola, achou que era mais uma brincadeira de seu filho travesso, e continuou a fazer o almoço.
Meio dia, quando terminou de fazer o almoço, chamou seu filho, que não veio. Então, quando saiu para procurá-lo, lembrou do tanque atrás de sua casa e foi verificar.
Quando chegou lá, viu que seu filho estava morto, boiando na água.
Sua mãe não se conformou com a morte do menino, acabou entrando em depressão e se matou. Até hoje suas almas vagam pela casa .
Alunos: Alisson Patrick Nunes e Jair Lopes Jr.
A ESCOLA MAL-ASSOMBRADA
Certa noite, próximo a uma escola, deu uma forte tempestade. No dia seguinte, três meninas passavam por ali e viram que o muro da escola tinha caído. Então uma delas falou que queria entrar lá dentro. A mais velha falou que era melhor não entrar, pois, bem antigamente, ali era um cemitério mal assombrado. Mesmo assim, a outra insistiu e quis entrar.
Entraram e lá não viram nada de mais, então foram até o parquinho da escola. A mais velha quase caiu e quando as outras duas foram atrás dela, para ver o que tinha acontecido, ela disse que pensou que uma das irmãs a havia empurrado. As irmãs ficaram apavoradas, pois nenhuma tinha feito nada.
Saíram correndo e nunca mais voltaram àquela escola.
DEDO SANGRENTO
Uma jovem garota, chamada Juliana, estava assistindo um filme de terror, não parava quieta, porque estava com um pouco de medo do filme. De repente, toca o telefone :
- ''Oi, sou o Dedo Sangrento e estou na sua cidade !'' - fala uma voz horripilante do outro lado da linha.
A garota, muito assustada, desliga o telefone, mas, passados alguns minutos, ele toca novamente :
- ''Sou o Dedo Sangrento e estou na sua rua ! '' Alguem diz do outro lado.
Mesmo estando com muito medo, ela ignora o telefone. Passam mais alguns minutos e toca sua campainha. Ela vai atender tremendo. Quando abre a porta, vê um homem, que pergunta:
- ''Oi, sou o Dedo Sangrento, tem um band aid ?''
Alunas: Ana Claudia Glinski e Taiane Naiara Chaves
A BRUXA WHITN
Uma bruxa, muitos anos atrás, praticava magia negra. Ela se chamava Whitn. Naquele tempo, esse tipo de coisa era punida severamente. Os moradores repicavam todas as bruxas, e depois as queimavam vivas.
Em uma noite qualquer, os moradores encontraram a bruxa, muito misteriosa, entrando em sua casa. Eles aforçaram-na sair de sua casa e a levaram para um galpão abandonado. Lá colocaram espelhos em volta dela, repicaram-na e a queimaram até a morte.
Muito tempo depois, no mesmo local foi construída uma casa, onde foram morar três moças que tinham comprado o imóvel. Elas se chamavam Gabriele, Giowana e Agatha. No começo, elas não deram importância à história da bruxa, mas, certa noite, fizeram uma aposta em um jogo de cartas: quer perdesse teria que invocar a velha bruxa morta no terreno.
Agatha foi a que perdeu a posta e teve que “pagar o pato”. Ela parou em frente a um espelho, no meio do terreno, e chamou a velha bruxa. Na hora não aconteceu nada, mas depois veio o pesadelo. A velha bruxa apareceu terrivelmente feia, horripilante, de cabelos para cima, com olhos pretos e cheia de cicatrizes .
Enquanto isso, a menina Giowana tinha ido escovar os dentes no banheiro da casa.
De repente, a bruxa aparece no espelho. A garota fica paralisada de medo e olha fixamente para seu olhos, sente seu olhos queimando como fogo e doendo como se tivesse cortes. Ela cai no chão e desmaia. A bruxa então a agarra e a pucha para o espelho.
No quarto, Gabriele percebe algo estranho acontecendo; a casa estava muito silenciosa. Ela também vai ao banheiro para escovar seus dentes, e vê sua amiga desmaiada no chão. Vê a bruxa no espelho, mas pega outro espelho para se defender e reflete a imagem horripilante contra a própria bruxa. Neste momento, a figura sinistra grita, (pois ela não sabia que estava morta)e desaparece no meio da luz.
Mas, até agora, não se sabe onde Giowana está.
Informante: Samantha Jungles Perego
O MISTÉRIO
Muito tempo atrás, em uma tarde de domingo, um menino estava conversando com sua mãe e ela lhe contou uma história.
''No tempo que eu era criança, quando uma criança desobedecia os pais, um homem morto vinha puxar os pés delas à noite”, disse a mãe.
Mesmo assim, o menino não ficou com medo e lhe desobedeceu. Uma noite, eram umas 10 horas quando ele sentiu algo estranho, olhou para frente e o estranho homem estava lá.
Quando ele acordou, seu pé estava machucado. E até hoje isso é um mistério.
Aluna: Emanuelly Paul
Informante: Antônio Marcos
As Doze Barbies do Cemitério
Certa vez, uma família perdeu sua única filha, que tinha 10 anos e gostava de brincar com suas bonecas Barbies. Ao todo, eram doze.
Depois que foi sepultada, sua mãe,que não se conformava com a perda de sua filha, pegou as Barbies com que ela mais gostava de brincar e colocou em cima de seu túmulo, para ela poder descansar em paz.
Contam que, durante a noite, a menina saía de seu túmulo para brincar com as Barbies.
Certa vez, duas meninas estavam brincando no cemitério, e ali avistavam as bonecas. Uma delas pegou uma Barbie para levar para casa. À noite, quando a menina morta brincava, notou que faltava uma de suas bonecas. Então seu espírito foi até a casa da menina que tinha pego. Foi pedir para que a menina devolvesse a boneca.
A menina, muito assustada, foi ao cemitério e devolveu a Barbie, pedindo desculpas. E, assim, o espírito, toda noite, continuava a brincar com suas doze Barbies.
Aluno:Felipe
Informante:Silvino Konig
BATIDAS NA PORTA
Minha avó falou para mim que, muito tempo atrás, ela morava no interior e, sempre quando ia dormir, escutava alguém batendo na porta muitas vezes.
Ela levantava, abria a porta, mas não via nada e ia dormir de novo.
Certa vez, escutou um barulho na parede. Meu avô, que também tinha escutado, levantou, pegou um facão e uma lanterna e foi para fora para ver o que era.
Ele não viu nada, mas escutou um barulho no mato, perto da casa. Então acendeu a lanterna e viu que era um lobisomem.
Aluno:Jakson Luíz A
Informante: Rosa Alves de Miranda
A FLOR DO CEMITÉRIO
Muito tempo atrás, aconteceu algo muito estranho. Uma menina simples,que era acostumada a estudar no cemitério perto de sua casa, viu uma linda flor e resolveu levar para sua casa, mesmo com medo.
Na mesma noite, ela começou a ouvir vozes dizendo:
- Eu quero a minha florzinha!
E, como ela não sabia o que fazer, no dia seguinte foi ao cemitério e devolveu a flor. Mas já era tarde demais: ela já estava muito doente e febril e alguns dias depois ela morreu misteriosamente.
Um aviso:nunca pegue nada do cemitério.
Essa história foi contada pelo meu avô.
A CASA MAL -ASSOMBRADA
Alguns anos atrás, uma família foi morar em um pequeno vilarejo.
Chegando lá; todos gostaram muito da casa, mas, passando alguns meses, os dois filhos começaram a perceber fenômenos sobrenaturais que aconteciam, tais como; portas se abrindo, vultos e coisas assim.
Algum tempo depois, os fenômenos foram aumentando. Certa vez, os pais encontraram um dos filhos morto misteriosamente. Foram embora, nunca mais voltaram e até hoje ninguém voltou a morar nessa casa.
Alunos: Elinton Alexandre, Gustavo Müller
O FANTASMA
Há 35 anos, minha avó era muito pequena, só tinha 10 anos de idade. Ela não era rica, era muito pobre e morava numa espécie barraco, na frente era todo fechado, mas na parte de trás era aberto .
Uma noite escura, minha avó escutou um barulho estranho e foi ver o que era.
Havia um pano branco perto de uma árvore. A minha avó ficou olhando, parada, e aquele pano branco ia crescendo mais e mais.
Então a mãe de minha avó também viu o pano e falou:
- Vai para dentro de casa com suas duas irmãs. É um fantasma.
Mas a minha avó não acreditou na sua mãe.
Dias depois, porém, ela viu que era verdade o que mãe dela tinha falado. Ela cavou no lugar onde o fantasma costumava aparecer e achou um pouco de ouro. Minha avó e a família dela ficaram muito felizes.
Alunas: Leidiane e Ana
As doze Barbies do cemitério
Certa vez ,uma familia perdeu sua única filha, que tinha dez anos e que gostava muito de brincar com suas doze Barbies favoritas. Mesmo tempos depois que foi sepultada, sua mãe não se conformava com a perda da filha.
Um dia, pegou as doze Barbies com que ela mais gostava de brincar e as colocou em cima do seu túmulo para que ela pudesse descansar em paz.
Durante a noite, a menina saía de seu túmulo para brincar com suas bonecas.
Certa tarde, duas garotas estavam brincando dentro do cemitério e ali avistaram as Barbies.
Uma das meninas pegou uma boneca de asas azuis para levar para casa.
No cemitério, a noite,quando a menina brincava, notou que a Barbie de asas azuis não estava lá.
Seu espírito então foi até a casa da menina que tinha pegado sua Barbie. Foi pedir a ela para que devolvesse a boneca.
A menina, muito assustada, foi ao cemitério, devolveu-a, pediu desculpas e saiu correndo.
E assim, a menina morta, toda noite, continuava a brincar com suas doze Barbies.
Aluna: Maria Isabel Rodrigues Ferreira Monteiro dos Santos.
Informante: Maria Rodrigues Ferreira.
O HOMEM DE PRETO
Muito tempo atrás, em um dia chuvoso e sombrio, um homem e uma mulher se casaram.
Eles moravam em uma pequena cidade. Ao lado da casa em que iriam morar havia um galpão, onde todos diziam que um homem de preto havia se enforcado. Mas o casal nunca ligou para essas coisas.
No dia do casamento, fizeram uma festa cheia de gente, amigos, parentes, enfim, naquele mesmo local.
Estava chovendo e ventando muito, quando algo estranho aconteceu: caiu um raio e a luz começou a piscar.
Ficou tudo escuro na festa. De repente, as luzes voltaram a acender, apareceu um homem de preto que disse: “Saiam do meu salão”. Mas todos ignoraram, pensando que fosse uma brincadeira de mau gosto. Não era. A voz grossa e grave repetia: “Saiam do meu salão”, e ninguém dava a mínima para o que o homem falava.
Então, ele tirou uma faca de seu bolso e matou todos que estavam na festa, depois pegou todos os corpos daquelas pessoas e enterrou. Os corpos do noivo e da noiva ele enterrou atrás do galpão. Agora, sempre que alguém vai ao local, houve um choro de criança e gritos de mulher.
Aluna :Keila
Informante: Carlos Henrique Antunes
PANELA DE OURO
Muito tempo atrás, havia a escravidão, pessoas ricas tinham escravos negros. Naquela época, não existiam bancos, então os ricos colocavam seus objetos preciosos em uma panela e enterravam para pegar tempos depois.
Eles mandavam os escravos cavarem um buraco e depois os matavam e enterravam próximo ao local onde estava a panela, eles acreditavam que os espíritos dos escravos cuidavam das panelas.
E até hoje existem algumas panelas de ouro por aí, que nunca foram encontradas.
Aluno: Willian Massaneiro de Lima
LILI E OS BIFES DO MORTO
Certo dia, o pai de Lili recebeu visitas. Era uma sexta-feira e, como não tinha nada a oferecer, mandou Lili ao açougue, comprar bifes para o jantar. Deu lhe o dinheiro.
Mas Lili precisava do dinheiro e, como era desobediente, desviou do açougue e teve a idéia de ir para o cemitério que havia perto dali.
Com uma faca na mão, abriu a catacumba de um morto e cortou o defunto. E sabe o que mais ela fez? Tirou um dos rins do morto.
Logo que voltou para casa, colocou os rins na frigideira e começou a fritar.
Depois de um jantar delicioso,Lili foi para a cama , mas não conseguia pregar os olhos.
À meia noite em ponto , começou a ouvir uma voz falando:
- Quero meus rins, quero meus rins, Lili!
E cada vez mais forte:
- Lili, quero meus rins!
Ela cobriu a cabeça,mas não adiantou.
Então saiu gritando,descabelada e arrependida, pois sabia que o que tinha feito era errado
Mas como iria devolver o bife? Por roubar o dinheiro, nunca mais foi feliz.
Alunos: William de Goss e Jacson Owsiany
O sítio dos lobisomens
Meus avós moravam em um sitio onde havia alguns lobisomens.
Um dia, meu avô foi caçar porcos do mato com minha avó e, quando voltaram, penduraram os porcos na cozinha e foram dormir.
O cheiro de sangue atraiu os lobisomens. Meu avô acordou com um barulho, viu os monstros, pegou sua arma e atirou neles com balas de prata. Todos morreram.
Ele pendurou os lobisomens na cozinha e voltou a dormir. No dia seguinte, quando acordou, levou um susto: seus vizinhos estavam no lugar dos lobisomens, sangrando muito, pendurados no varal da cozinha. Meu avô os enterrou no quintal, que ficou para sempre amaldiçoado.
Aluno: Vinicius Eduardo Suchara
Informante: Giovana Leal de França
A casa mal assombrada
Numa tarde ensolarada, minha tia saiu com minha prima e deixou o celular em cima da cama. Nem percebeu que o havia esquecido e saiu.
Nisso, minha madrinha ligou para ela. Chamava, chamava... até que atenderam o celular e não falaram nada. Em seguida, desligaram. Minha madrinha ligou de novo. Chamava, chamava... atenderam e desligaram. Então minha madrinha ligou para o celular da minha prima e perguntou:
- Onde vocês estão?
- Aqui no centro.
- Como, se eu liguei no celular da tua mãe e atenderam?
- Mas ela deixou o celular em cima da cama!
Minha madrinha me falou que isso aconteceu porque aquela casa é mal assombrada.
Aluna: Talita Martins de Sousa Rosa
Informante: Maria Helena
O Lobisomem
Num sábado, um garoto e sua mãe estavam passeando no Alto da Pedra Branca. A mãe do garoto viu um saco grande, com uma coisa dentro, mas não deu bola, porque estava mais interessada em passear do que ver o que estava ali.
Mas depois a curiosidade bateu mais forte e eles, no dia seguinte, voltaram lá. Curiosa, a mãe do garoto abriu o saco e teve uma surpresa: era um lobisomem e parecia morto. A mulher se assustou, o seu filho também, mas, mesmo assustada, ligou para a polícia e para os bombeiros.
Depois de 15 ou 20 minutos, os bombeiros chegaram e não fizeram nada, porque eles não tinham certeza de que era um lobisomem. Era muito estranho. Então o deixaram no mesmo lugar.
De noite, quando o garoto e sua mãe estavam dormindo, escutaram barulhos na porta. Era o lobisomem, que tinha vindo atrás deles.
Aluna: Isi Raianni Muenster
Informante: José Ademir.
A coleção de bonecas
Certa vez, duas meninas estavam brincando de bola. De repente, a bola rolou para o cemitério e as meninas foram buscar.
Então, num dos túmulos, encontraram uma boneca. Uma das meninas a pegou e foram embora para casa.
Logo começou a escurecer e elas foram dormir. Mas, no quarto, escutaram uma voz dizendo assim:
- Devolvam a minha boneca!
As meninas, assustadas, gritaram. Mas como não ouviram mais nada, voltaram a dormir.
Quando amanheceu, escutaram a voz de novo,dizendo:
- Devolvam a minha boneca!
Então as meninas perguntaram quem ela era, e ela respondeu:
- Eu sou uma alma e vim buscar a minha boneca, se vocês não devolverem, eu vou matar vocês.
As meninas foram ao cemitério, colocaram a boneca no mesmo túmulo e voltaram para casa.
Naquele dia, não aconteceu nada com as meninas, correu tudo bem. Anoiteceu,elas foram dormir tranqüilas, sem nenhuma voz lhes incomodando .
Elas prometeram a elas mesmas que nunca iam mais pegar coisas de outras pessoas .
E a alma deixou-as em paz.
Aluna: Suliane Maiuli
informante: Agatha Caroline Jacomel Godoy.
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domingo, 5 de setembro de 2010
Mais causos de Canoinhas...
Enchente de 1983
Em 1983, ocorreu um dos maiores desastres climáticos da cidade de Canoinhas. Ele me foi narrado por uma simpática senhora.
“Em 83, houve uma enchente enorme, eram muitas pessoas desabrigadas. Estabelecimentos, como escolas, cederam espaço para as pessoas se abrigarem. Nestes locais, voluntários se uniam para ajudar a cozinhar. No pavilhão da igreja, estavam roupas e cobertores, os quais eu ajudei a separar em “sacolões” para doar às pessoas carentes que perderam tudo neste desastre.
Nossa casa não foi atingida por ficar no alto, mas como, na época, meu marido trabalhava como fiscal de obras, ele também ajudou as pessoas.
Para ajudar pessoas, nós íamos ao supermercado e comprávamos latas de leite em pó, que não estraga tão fácil. Também oferecemos espaço em nossa casa para as famílias se abrigarem, mas não precisou ninguém se abrigar aqui.
A enchente formou várias áreas de isolamento, por esse motivo a locomoção era só aérea, com aviões e helicópteros. Assim, o movimento de aeronaves era intenso. As chuvas duraram o período aproximado de um mês, começando dia 3 de Junho. Quando a chuva parou, ainda demorou cerca de três meses para as águas baixarem.”
Resumindo, 83 foi um desastre, desabrigando cerca de 500 pessoas, mas uma comunidade se uniu para ajudar pessoas desabrigadas. No final, Canoinhas deu a volta por cima.
Nome: Dauria Ferreira Lessack
Local de nascimento: Canoinhas
Profissão: Dona de casa
Idade: 82 anos
Alunos: Igor Leonardo L. de Paula e Silva e Gabriel Hack de Souza
A Febre Espanhola
Nasci e cresci em Canoinhas, tenho 65 anos.
O acontecimento que marcou muito minha vida ocorreu na minha cidade natal. A febre espanhola apavorava toda cidade. Sobraram poucas pessoas. Essa febre era tão grave que morriam famílias inteiras, havia muitos mortos e, para fazer o sepultamento, passava um carretão, puxado por seis ou oito cavalos. O carretão era do Sr. Frits Kohler. Os mortos eram colocados dentro da carroça e levados ao cemitério, na Colina Santa Cruz, onde hoje fica o colégio Cesc. Eram jogados em valas muito grandes.
A febre era igual uma gripe, mas quando as pessoas deitavam para dormir, pensando em sonhar com coisas boas, amanheciam mortas.
Entrevistada; Joanita Gevieski Perciak
Idade; 65
Aluno: Wagner Nataniel Safanelli
Canoinhas, uma cidade ideal
Meu nome é Terezinha Woitechen, tenho 52 anos de idade. Quando eu vim morar pra Canoinhas, na rua Coronel Albuquerque havia as casas Pernambucanas.
As duas ruas asfaltadas eram a Getúlio Vargas e a Paula Pereira, e as que foram as faltadas depois eram a Barão do Rio Branco, Caetano Costa, Frei Menandro Kamps, Felipe Shmidt e Vidal Ramos.
Mudanças ocorreram muitas, por exemplo: as lojas Trevisane mudaram quatro vezes, as lojas Mayer vendiam só roupas, agora vendem materiais de construção.
Novo mundo e a Casa da Carne foram os primeiros mercados em Canoinhas.
Havia um cinema do lado da Igreja Matriz Cristo Rei, saímos da missa as 19horas, e íamos para o cinema. Ah, tudo eram tão bom!
Profissão :Professora
Entrevistadora:Grasielle Martins
Serie:6º1
MEMÓRIAS DE DONA MARIA
Meu nome é Maria dos Santos, tenho 74 anos. Não trabalho fora, sou aposentada, só ajudo minha filha nos serviços de casa. Agora vou contar histórias da minha época:
Quando eu era criança, na cidade de Canoinhas quase não havia mercados e nem bancos, mas agora tudo mudou.
Quando eu tinha 15 anos, eu só chegava da roça e ia preparar a janta pra mim e meu marido.
Agora tudo está diferente. Quando minhas filhas moravam comigo, eu tinha que deixá-las em casa ou às vezes até tinha que levá-las pra roça comigo.
Quando eu e minhas filhas queríamos vir para Canoinhas, nós tínhamos que vir de carroça porque naquele tempo nós não tínhamos condições de comprar um carro ou uma charrete, ou às vezes vínhamos até a pé.Eu tinha que comprar tecidos para fazer roupas para meus filhos e filhas.
Aluno: Diogo G. Bauer
Bons Tempos de Canoinhas
Eu sou uma senhora que vivo em Canoinhas com meu marido, tenho 63 anos e cinco filhas.
Quando eu era criança, ia com meus pais e meus irmãos de carroça para a cidade fazer compras para a semana inteira, no armazém dos Judeus.
No de 1950, o prefeito de Canoinhas era Benedito Teresio de Carvalho. Nas ruas, o movimento era pequeno, quase não se viam carros, somente alguns caminhões. Como só os ricos podiam ter um carro, o que se via nas ruas pacatas e pequenas da cidade eram charretes, carroças e até algumas carruagens, pessoas a cavalo e também a pé.
A dificuldade de locomoção das pessoas era grande, mas já existia o trem.
Toda a erva-mate da região era vendida nós armazéns de Abrão Seleme, Ademir Pereira e Zugmam.
Em frente à igreja matriz Cristo Rei, havia um grande e sofisticado restaurante chamado Guarani, seus proprietários eram alemães.
Onde hoje é a Prefeitura Municipal de Canoinhas, passava a linha férrea que transportava pessoas, erva-mate e madeira para lugares mais distantes, isso por volta de 1960.
A maioria das compras eram feitas a base de troca. Meus pais levavam, de carroça, feijão, arroz, cebola, verduras, alhos, enfim, tudo que produziam na lavoura, para trocar por outras mercadorias.
Aluno; Matheus José Machado
Ruprechet Loeffler
Alemão de nascimento, Ruprechet Loeffer chegou em Canoinhas em 1924, quanto tinha sete anos.
Aos 90 anos, trabalha diariamente, sem ligar para os problemas, bebendo dois litros de cerveja por dia. Para ele, este é o segredo de sua saúde. Ah, sem esquecer que dormir antes da meia-noite e acordar às 6 horas faz muito bem, além de comer cebola e alho todo dia, o que também é ótimo. “Apenas minha coluna que não ajuda, mas no mais estou bem”, conta Loeffler, em risos.
Otto, pai de Loeffler, vendeu uma cervejaria que tinha na terra da banana, para comprar outra em Canoinhas. A cervejaria que vocês estão acostumados a ver na rua 3 de maio, está lá há 101 anos.
Loeffler lembra que Canoinhas, em 1924, estava cheia de imigrantes, que vinham de diversos cantos do mundo. Foram eles os responsáveis pelo surgimento da indústria canoinhense, com destaque incomparável para a indústria do mate e da madeira.
Loeffler recorda o grande colonizador do distrito de Marcilio Dias, Bernardo Olsen “amigo do meu pai, um homem muito inteligente e trabalhador”
A famosa cerveja “Nó de Pinho”, fabricada desde 1930, sustentou o sucesso da Cervejaria Loeffler, além, é claro, do famoso chope. Em seis semanas, de forma absolutamente artesanal, Loeffler junta 200 quilos de cevada, quatro quilo de lúpulo, álcool e outros ingredientes, menos conservantes, para produzir 1,5 mil garrafas de cerveja por mês.
Tanto esforço não compensa financeiramente, mas ajuda a manter uma das poucas tradições germânicas em Canoinhas - tomar cerveja numa cervejaria tipicamente alemã
Entrevistado: Ruprechet Loeffler
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Causos da Capital do Mate
Memórias com cheirinho de mate
Nasci e cresci aqui mesmo em Canoinhas, a cidade do mate, e tenho visto o quanto a minha querida cidade mudou! Moro no centro há 20 anos, que têm sido a melhor época da minha vida.
Mas nem sempre tudo foi fácil...
O inverno era rigoroso até demais lá pelas 'bandas' de Barra Mansa – o distrito em que morei por muitos anos em minha infância. As árvores de erva-mate ficavam branquinhas, branquinhas quando geava. Toda vez que vou para essa localidade, no interior de Canoinhas, parece que sinto o frio invernal percorrer minha espinha.
Comecei a ajudar meu pai com oito anos de idade, plantando cereais, já que o dinheiro que recebíamos da venda da produção de laranjas e de mimosas não estava dando conta de sustentar uma família com quatorze membros. E, por causa do meu pesado trabalho, chorava baixinho, escondido do pai. Afinal, diziam que homem não podia chorar.
À tarde, ia para a escola, onde quem dava aulas eram professoras estrangeiras, que nem sabiam falar direito o português! Lembro-me de meus amigos rirem escondido até não poderem aguentar mais, por causa do sotaque engraçadíssimo delas. Mas, na sala de aula, quando ouvíamos uma delas tentando explicar alguma coisa em português, segurávamos o riso, já que tudo que fazíamos de errado dava direito a uma palmada – do que eu sentia medo, pois a palmatória castigava nossas mãozinhas trêmulas.
Os passatempos que eu e meus onze irmãos mais gostávamos eram jogar futebol, caçar pobres passarinhos com estilingue, nadar no rio e pescar. Quando nadávamos, podíamos ver os peixinhos se mexendo de tão limpinha que a água era. Diferente de hoje, quando as águas estão quase pretas e sem vida. E havia também um divertimento que me fascinava inteiramente: pegar as folhas do mate e amassá-las com o pilão, até que se tornassem um erva fina. Na verdade, o que me encantava era acompanhar o processo de preparação do mate e depois conferir o resultado: o cheiro, a textura e o sabor...
Domingo era dia de almoçar com o 'opa' e com a 'oma'. Para isso, tínhamos que pegar nossa carroça e preparar os animais. O caminho demorava um pouquinho e, quando nós chegávamos, pedíamos a preciosa benção dos nossos avós, coisa que dificilmente é feita pelas crianças de hoje. Tínhamos muito respeito e admiração por eles.
Já na minha adolescência, passei a ser dono de comércio. Para que meu ganha-pão me sustentasse, buscava produtos em Marcílio Dias e voltava a Barra Mansa. Em uma dessas viagens, comprei meu primeiro carro. Lógico que ele não estava completo, faltava uma coisinha aqui, outra 'acolá'... Mas o que eu mais queria era um rádio para colocar na minha velha e conservada picape. Apesar dos conselhos que meus amigos davam, de que não deveria comprar um rádio, e sim encher meu estabelecimento de mercadorias, decidi seguir meu coração e comprar o rádio. Ah, que alegria senti ao colocar o rádio no 'carrango'! Nesse caso, o valor sentimental valia mais que o real.
Quando tinha trinta anos de idade, construí uma ervateira, da qual eu me orgulho muito! Afinal, a 'bodega' e a lavoura não estavam dando muito lucro. A ervateira acabou contribuindo para o título que pertenceu a Canoinhas por longos anos: 'Capital Mundial da Erva-mate'. A minha modesta e humilde empresa continua funcionando, e neste ano completará trinta anos de funcionamento. Nunca pensei que chegaria a tanto!
O tempo passou voando. Casei, tive filhos e netos. E, agora, meu passatempo preferido é relembrar o passado em que vivi tantas histórias temperadas pelo mate.
O nome do entrevistado é Mário Francisco Dranka, ele tem 61 anos, trabalha como autônomo e mora na cidade de Canoinhas.
Aluna: Letycia Mara Lucas Série: 6ª 1 E. E. B. João José de Souza Cabral
Memórias de um alfaiate
Eu me chamo Vitório Maievski, sou alfaiate conhecido na região, tenho setenta anos e os melhores anos de minha vida foram vividos aqui em Canoinhas.
Na minha infância, eu e meus amigos brincávamos muito com uma espécie de carrinho feito com um carretel de fio e uma ripa de madeira cortada, nada comparado com os brinquedos industrializados de hoje. Eu também andava muito de bicicleta, na única rua calçada que existia em Canoinhas, a Felipe Schmidt. Um dos professores favoritos da minha infância, seu Antônio Costa, era generoso, inteligente e também o único na escola que não dava palmada de palmatória em nossas mãos pequenas e frágeis. Tempos depois, chegou a ser prefeito da cidade.
Naquele tempo, eu e meu irmão costumávamos andar pelo mato. Certo dia, ficamos perdidos e tivemos que dormir lá mesmo. No início me apavorei, mas depois vi que foi uma experiência boa, porque até dormimos, ficamos olhando as estrelas e sentindo aquele delicioso cheiro de natureza.
É claro, tudo isso aconteceu na infância, porque depois cresci, veio a adolescência, e com ela as espinhas e as responsabilidades. Logo em seguida, me apaixonei e me casei.
No dia do casamento, estava chovendo tanto, mas tanto, que minha linda noiva não conseguia sair do carro! Então meu pai teve que sair da igreja e ir buscá-la com um guarda-chuva. Para piorar, quando chegamos em casa, onde seria a festa, estava tudo destruído. Havíamos preparado as mesas e enfeites na varanda, então tivemos que arrumar tudo de volta dentro da nossa simples casa de madeira, com um telhado todo feito de tabuinhas, nada comparado com as telhas de hoje. Mas, mesmo nossa casa sendo humilde, nós conseguimos transformá-la em um lar.
Atrás do Cabral , escola atual, ficava a “Alfaiataria dos Portugueses”. Eu ia lá e ficava observando o dono e os funcionários trabalharem. Isso me inspirou a ter meu próprio negócio, e hoje sou dono da “Alfaiataria Gaúcha”, uma loja que faz parte da história de nossa cidade. Ela significa tanto para mim que, mesmo hoje, estando aposentado, eu ainda volto `a minha velha máquina de costura, trabalho um pouco e fico me lembrando da emoção que senti no dia em que inaugurei a loja.
Lembro-me também que antigamente não existiam muitos carros, apenas carroças e três motos na cidade inteira. Uma era minha e as outras duas de amigos meus, nós éramos “os caras”. Eram motos motos japonesas, vendidas no centro de Canoinhas. No centro, também havia um “bodegão” - mercado que vendia de tudo, desde alimentos até roupas -, se nós quiséssemos um quilo de banha de porco, era só pegarmos uma caneca, enchê-la e acertar com o “bodegueiro”.
Canoinhas é uma cidade pequena,mesmo assim, tive grandes emoções e vivi enormes aventuras aqui.